Jeannette Jara, membro do Partido Comunista chileno, foi confirmada para disputar o segundo turno das eleições presidenciais no Chile — marcado para 14 de dezembro — contra o ultradireitista José Antonio Kast. Ela representa a esquerda e tem apoio do presidente Gabriel Boric.
Com 51 anos, Jara obteve 26,85% dos votos no primeiro turno, segundo a Comissão Eleitoral chilena, enquanto Kast ficou em segundo lugar com 23,92%. Apesar de sua vitória relativa na primeira fase, analistas apontam que a soma dos votos da direita (52%) pode favorecer seu adversário em um cenário polarizado.
Trajetória pessoal e política
Jara nasceu em 23 de abril de 1974, em Santiago. É formada em Administração Pública pela Universidade de Santiago do Chile e em Direito pela Universidad Central do Chile. Filha de uma dona de casa e de um mecânico, ela é a mais velha de cinco irmãos — uma origem que ela utiliza para construir empatia com o eleitorado.
Sua militância começou muito cedo: aos 14 anos, ingressou na ala jovem do Partido Comunista (“Las Juventudes Comunistas”) e, já estudante, tornou-se líder estudantil em 1997. Na carreira política, ocupou o cargo de subsecretária na Secretaria de Previdência Social durante o segundo mandato de Michelle Bachelet (2016–2018).
Em 2022, Jara foi nomeada Ministra do Trabalho e da Previdência Social no governo de Gabriel Boric. Durante seu mandato, participou da implementação de reformas importantes, como a redução da jornada de trabalho para 40 horas, a aprovação de uma lei contra assédio no trabalho e avanços no sistema de pensões.
Propostas e promessas
Para sua campanha, Jara defende aumentar o salário mínimo, fortalecer os direitos dos trabalhadores e investir na indústria de lítio. Também coloca a segurança pública no centro de seu discurso: promete a modernização da polícia, construção de novas prisões e políticas preventivas contra o crime organizado.
Além disso, defende um controle migratório mais rigoroso para reforçar a segurança, propondo medidas como a revogação do sigilo bancário para suspeitos de envolvimento em delitos, a fim de desarticular redes criminosas.
Se eleita, Jara será a primeira candidata do Partido Comunista chileno a disputar o segundo turno presidencial — um marco histórico para a legenda e para o cenário político do país.